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Getúlio Vargas é eleito o novo ‘presidente’ da República. ‘Eleição’ no Colégio Sargento Wolff, no Lote XV em Belford Roxo, despertou o interesse dos alunos por política.



Alunos viraram ‘cabos eleitorais’ dos candidatosFoto: Estefan Radovicz / Agência O Dia

Nem Dilma, nem Marina ou Aécio. O novo presidente do Brasil é Getúlio Vargas. Ele foi o grande vencedor com 435 votos de uma ‘eleição’ realizada no Colégio Estadual Sargento Wolff, no Lote XV, em Belford Roxo. O projeto pedagógico caiu no gosto dos alunos de História e Filosofia do terceiro ano do Ensino Médio e fez o maior sucesso. Vargas concorreu com Emílio Garrastazu Médici, que ficou em segundo com 415 votos, João Baptista Figueiredo, terceiro com 385, e Juscelino Kubitschek, o último colocado, com 252.

Empolgados com o desafio, os alunos descobriram a importância do voto e estudaram a fundo o passado dos candidatos, virando verdadeiros ‘cabos eleitorais’. Para disputar os 1.092 votos — de alunos, professores e funcionários —, eles fizeram campanha por dois meses. Usaram cartazes e faixas, promoveram debate e até se caracterizaram como seus candidatos.

Um dos diferenciais da campanha de Vargas foi a aluna Daphine de Souza, de 18 anos, que alugou um terno e, com os amigos, confeccionou a faixa presidencial, o chapéu e uma bandeira. “Muitos ficaram só na fotografia. Nós trouxemos o Getúlio Vargas para nossa realidade”, revela.

Para a ‘assessora do presidente’ Amanda Louzada Gomes, 17, o voto é uma questão de cidadania e, por isso, é necessário um estudo sobre o candidato antes de ir às urnas. “Acompanhamos de perto como é uma campanha e seus problemas, como por exemplo a compra de votos”.

Joyce Rosa, 17, que fez campanha para Médici, disse que passou a dar mais importância ao voto. “Não fizemos campanha somente por pontos, mas para mostrar que temos capacidade de mobilização”, afirmou a estudante.

Já Ramon Silva, 17, que estava na equipe de Figueiredo, acredita que a ‘eleição’ serviu também para unir as turmas. “Domingo será a primeira vez que vou votar. O trabalho foi fundamental para que fizesse uma pesquisa sobre a vida dos meus candidatos”.

Após o resultado, os estudantes fizeram redações sobre o tema. O desempenho no trabalho resultará em pontos na média para as quatro turmas, além de um passeio em novembro a Petrópolis.

Importância de cada uma para o país
Para a professora de Filosofia Silvana Rodrigues de Almeida, o grande benefício gerado com a eleição foi o trabalho interdisciplinar. “Todos nós temos um princípio crítico, mas é necessário que ele seja estimulado. O objetivo é despertar consciência crítica sem induzir”, ressalta.


O Colégio Estadual Sargento Wolff está localizado na Rua Guarujá bem no centro do Lote XV.
Segundo o professor de História Adilson Caetano, o critério de escolha dos presidentes foi de acordo com a importância que cada um teve para o país em momentos diferentes. “Como só tínhamos quatro turmas, escolhemos fazer este recorte histórico. O objetivo era também inserir o início da República, com o Marechal Deodoro da Fonseca, mas, infelizmente, não foi possível”, contou.

Caetano se diz realizado com o resultado. “O aluno gosta da escola. Ele não gosta é da forma das aulas. Quando são desafiados, os resultados positivos aparecem”, afirma.

De acordo com a diretora Maria Cardozo dos Passos, com essa prática pedagógica, ganham o aluno e o professor. “Este mês, vamos iniciar um projeto para estudar o período da ditadura militar”, adiantou Maria Cardozo.

Getulio Vargas teve o primeiro mandato de 1930 a 1945 e ficou marcado pela adoção das leis trabalhistas, que lhe rendeu o título de ‘Pais dos Pobres’. Seu governo teve como destaque também a criação da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, e pela ditadura do Estado Novo, de 1937 a 1945.

Ele voltou ao poder em um regime democrático de 1951 a 1954. O grande marco foi a criação da Petrobrás. Mas as denúncias de corrupção e o atentado contra o jornalista Carlos Lacerda abalaram sua popularidade. Em 1954, Vargas se suicidou com um tiro no peito. Em sua carta-testamento, escreveu que saía “da vida para entrar para a História”.
Fonte: FELIPE CARVALHO/O Dia
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