Japeri, na Baixada fluminense, é um dos municípios com uma
das piores situações de vulnerabilidade Foto: João Laet / Agência O Dia |
Com quase 12 milhões de habitante sem 2010, a Região Metropolitana do Rio de Janeiro conseguiu melhorar, em uma década, indicadores de educação, trabalho e renda, mas ainda enfrenta graves problemas de infraestrutura, como acesso de sua população ao saneamento básico (água, esgoto), à coleta de lixo, além das longas horas perdidas no trânsito.
O resultado é parte do Atlas da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras divulgado nesta segunda-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Os melhores indicadores de vida da população foram observados na capital fluminense e em Niterói. Já os piores índices aparecem nos municípios de Japeri, Queimados, Nova Iguaçu, São Gonçalo e Itaboraí.
O mapeamento registra as condições de vida de 16 regiões metropolitanas de acordo com três dimensões: infraestrutura urbana, que analisa o acesso ao saneamento básico e à coleta de lixo e o tempo gasto no trajeto casa-trabalho; capital humano, que avalia a mortalidade infantil, acesso à escola e maternidade precoce; e renda e trabalho, que observa empregabilidade, renda familiar e formalidade da ocupação. A escala varia de 0 a 1, sendo que quanto maior o índice, piores são as condições de seus habitantes.
De acordo com o levantamento, a redução no Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) no Rio de Janeiro foi de 22,2%. Em 2000, a Região Metropolitana estava situada na faixa de alta vulnerabilidade social, com um índice de 0,410. Na época, ocupava o 12º lugar no ranking dos vulneráveis. Uma década depois, o indicador caiu para 0,319. O Grande Rio alcançou o nível médio, melhorando quatro posições.
Na capital fluminense e nas cidades do entorno, a melhora mais significativa foi na área de trabalho e renda – menos pessoas acima de 18 anos estavam desocupadas em 2010. A região também evoluiu no fator Capital Humano, que registrou um crescimento de 27%. Em Infraestrutura urbana, a queda foi de 5,52%.
De acordo com a publicação, o número de cidades situadas nas faixas mais críticas (alta ou muito alta vulnerabilidade) caiu de 3.610 para 1.981 em dez anos. Já o de municípios situados no extremo oposto (baixa ou muito baixa) melhorou bastante, passou de 638 para 2.326.
Rio melhora, mas avanço é o segundo menor entre as regiões
Das 16 regiões metropolitana avaliadas pelo Ipea, o Grande Rio foi o que registrou a segunda menor redução na vulnerabilidade social, entre 2000 e 2010. As regiões de Goiânia e São Paulo também avançaram pouco. O Vale do Rio Cuiabá obteve a maior evolução: 31,1%. As melhores condições foram observadas nas regiões de Porto Alegre (0,270), do Vale do Rio Cuiabá (0,284) e Curitiba (0,285).
Os piores índices foram verificados nas regiões de Manaus (0,415), Grande São Luís (0,395) e Recife (0,392). Para o Ipea, vulnerabilidade é quando falta ou há pouca oferta de bens e serviços públicos, recursos ou estruturas (como emprego, moradia, escolas e outros) que deveriam estar disponíveis para todos os cidadãos. A escala utilizada pelo Ipea têm quatro níveis: entre 0 e 0,200 (muito baixa vulnerabilidade social); 0,201 e 0,300 (baixa); 0,301 e 0,400 (média); 0,401 e 0,500 (alta); e de 0,501 a 1 ( muito alta).
Em todas as regiões estudadas também houve melhora na coleta de lixo, com redução de 50% no número de famílias que viviam sem o serviço. Segundo o Ipea, os indicadores devem servir de alerta para os gestores públicos no desenvolvimento de políticas que atendam às necessidades de bens e serviços dessas populações.
País tem 47,6 milhões de estudantes
O Brasil tem 47.622.402 alunos matriculados em escolas estaduais e municipais de áreas urbanas e rurais, desde a creche até o Ensino Médio. Desse total, 42.727 são estudantes com algum tipo de necessidade especial. Os dados constam do resultado preliminar do Censo Escolar de 2015, publicado ontem pelo Ministério da Educação no Diário Oficial da União. Diretores das escolas terão 30 dias para conferir os números diretamente no sistema Educacenso, pela internet.
Fonte: MARIA LUISA BARROS/O DIA
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