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Miltinho teria ateado fogo ao próprio corpo após briga com Amanda há dois meses. Imagens Inéditas do crime que chocou o país.

Amanda e Miltinho, entre amigos, num momento de lazer Foto: Reprodução do Facebook
A irmã da dançarina de funk Cícera Alves de Sena, de 29 anos, mais conhecida como Amanda Bueno, assassinada por Milton Severiano Vieira, afirmou que a mulher voltaria para Goiânia na última quarta-feira, um dia antes de sua morte. Segundo Valsirlândia de Sena, de 34 anos, o casal teve uma briga há cerca de dois meses e ela vivia tentando voltar para a terra natal. Num dos desentendimentos com o noivo, segundo Valsirlândia, Milton teria ateado fogo em seu próprio corpo.

— Minha mãe cancelou uma viagem que seria na quinta para esperar por ela. Quando foi 18h, veio a notícia — lembra Valsirlândia, que há quatro meses não falava mais no celular da irmã: — Se ela era feliz, não comentava. Só sei que a gente só falava no telefone dele ou da menina dele (Milton tem uma filha, Melissa). Nunca do dela. Ela disse que tinha sido roubada, mas celular se arruma no outro dia, né?

Ainda segundo Valsirlândia, Amanda pouco falava do relacionamento e a família não conhecia Milton.

Em busca de FAMA
A dançarina de funk Cícera Alves de Sena, de 29 anos, mais conhecida como Amanda Bueno , é descrita pelos amigos como uma jovem cheia de vida e que tinha como grande objetivo ser  famosa. Durante os treinos para a Copa do Brasil, em junho de 2014, a funkeira atraiu os  holofotes ao invadir os gramados e para falar com o jogador Hulk.
— Ela contou que tiveram uma briga feia e ele tocou fogo em si. Chegou a ficar internado. Falei para ela: "Se ele fez para si mesmo, é caso de cair fora. Não é normal". Isso tem uns dois meses. Acho que a briga foi porque ela ia embora, mas nunca conseguia ir — lamenta.

Valsirlândia, que também vive em Goiânia, veio ao Rio para poder liberar o corpo da irmã no Instituto Médico Legal de Nova Iguaçu. A dançarina, que se mudou para o Rio há três anos em busca de uma carreira profissional, será enterrada em Trindade, neste domingo. Amanda tem uma filha de 11 anos, Emily Cristina, que vive com a avó, Iraildes, de 55:
— Há muitos anos ela vinha tentando ser dançarina. Não adiantou nada. Só peço justiça.

Miltinho agredia e ameaçava motoristas
"Aquele cara era muito ruim". Assim começa o depoimento de um mecânico, de 41 anos. Sem querer se identificar, o homem contou ao EXTRA que ficou sem casa por causa de Milton. Ele fez dois registros de ocorrência na 58ª DP (Posse) por ameaça e também requer indenização por danos morais na Justiça.

— Vendi minha casa e dei R$ 30 mil na mão dele, para comprar uma van. Faltava ainda pagar R$ 50 mil, que dividi em prestações de R$ 5 mil. Meu trato com ele era rodar por dois anos na linha (Miguel Couto x Nova Iguaçu), que pertencia a uma outra pessoa. Só que depois de 4 meses o dono dessa linha queria que o negócio fosse desfeito. Quando fui reclamar com o Milton, ele disse que ia me ferrar e me ameaçou. Fiquei sem dinheiro e sem poder trabalhar. Não tinha nem o documento do carro — conta o homem.
Uma testemunha, que já trabalhou com Milton, disse que o homem já apontou uma arma em sua direção.

— Os motoristas tinham que dar uma diária para ele de R$ 300. Se alguém não pagasse ou desse outro problema, ele dava tapa na cara, colocava arma na cabeça — revela o ex-motorista.

O juiz Alexandre Guimarães Gavião, da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, decretou, nesta sexta-feira, a prisão preventiva de Milton, que confessou à polícia ter assassinado a noiva.

“É certo que o estado de comoção social e de eventual indignação popular, motivado pela repercussão da prática penal, não deve justificar, por si só, a decretação da prisão cautelar do suposto autor do comportamento delituoso. No entanto, a medida cautelar em questão se justifica para a tutela, inclusive, do bom andamento da persecução penal e da eficácia de seu resultado”, afirma o magistrado em sua decisão.

Ele foi indiciado pela polícia pelos crimes de homicídio qualificado e feminicídio.

Câmeras flagraram o crime
Dono de uma fortuna conseguida graças à exploração de linhas de vans que circulam na Baixada Fluminense, Milton Severiano Vieira, o Miltinho da Van, de 32 anos, instalou em sua mansão no bairro da Posse, em Nova Iguaçu, um circuito de câmeras para protegê-lo. E foram essas mesmas câmeras que acabaram gravando o crime bárbaro do qual ele é acusado: o assassinato de sua noiva, a dançarina de funk Cícera Alves de Sena, de 29 anos, mais conhecida como Amanda Bueno. As cenas mais fortes da imagens - que já estão nas mãos da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminenese (DHBF) - foram cortadas.

No vídeo é possível ver Miltinho jogando a dançarina - que já participou dos grupos “Gaiola das Popozudas” e “Jaula das Gostozudas” - no chão e batendo com a cabeça dela no asfalto pelo menos 12 vezes. Em seguida, ele dá dez coronhadas na dançarina. É possível ver também Miltinho saindo de perto de Amanda, que fica caída no chão, e entrando na casa. Logo depois, ele sai de lá com a escopeta com a qual deu cinco tiros na cabeça da funkeira - o EXTRA optou por não mostrar a cena - e vestindo um colete à prova de balas.
Depois de cometer o crime, Miltinho sai da casa com a escopeta nas mãos. Ele aponta a arma para um grupo de pessoas que está em frente à casa. São funcionários da empresa responsável pelas câmeras de segurança que iriam fazer uma manutenção do equipamento. Todos colocam as mãos para o alto, em posição de rendição. Miltinho rouba o carro da firma e foge. Ele acaba sendo capturado por agentes da DHBF momentos depois de capotar com o carro na Via Dutra.

Discussão antecedeu crime
O delegado Fábio Cardoso, titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) — que investiga a morte de Amanda e foi responsável pela prisão de Miltinho -, informou que antes do assassinato houve uma violenta discussão entre o casal. A briga foi motivada por ciúmes: Miltinho havia almoçado com uma ex e a dançarina não gostou. Houve um bate-boca que evoluiu para agressão física.

— Na delegacia, Milton usou o direito de ficar calado, mas comentou, no corredor, que estava arrependido, que teve um surto — explicou o delegado, que confirmou a ligação da ex-mulher de Miltinho para Amanda: — Tem ainda um vídeo em que ele aparece de forma constrangedora e pode ter sido isso o motivo da briga, mas nada prova que foi feito pela Amanda.
Fonte: Luiza Souto/Extra
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