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Único centro de autistas da Baixada pode fechar por falta de recursos.

Kátia e o filho Eduardo em um exercício com terapeuta. Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo
A pedagoga Kátia Silva, de 41 anos, estava desanimada com os tratamentos para autismo que seu filho Eduardo, de 4, recebia em unidades públicas. Moradora de Belford Roxo, foi numa praia de Cabo Frio, na Região dos Lagos, que ela ouviu falar pela primeira vez na Associação de Apoio à Pessoa Autista (AAPA), em Nova Iguaçu. A entidade corre o risco de fechar por falta de recursos.

Desde março, Eduardo frequenta a ONG e, para a mãe, se desenvolveu muito em pouco tempo. O tratamento, porém, foi interrompido na última segunda-feira. Há seis meses, a AAPA não recebe os R$ 22.500 do convênio com a Secretaria municipal de Assistência Social.

— Estamos muito frustrados. Na Baixada, não há outros lugares que fazem terapia comportamental. Não sei o que fazer — desabafa Kátia.

Criada há quatro anos, a instituição funcionava na Posse e mudou para o bairro Califórnia no ano passado, quando firmou o convênio. Dez terapeutas especializados atendiam cerca de 250 crianças por mês, além de dar assistência aos parentes e professores dos pacientes. No total, 800 pessoas recebiam tratamento no local.

— Nosso objetivo é tratar cada paciente individualmente, o que não acontece em unidades públicas. É o único lugar da região com esse foco — explica a fundadora, Emanoele Freitas.
Sala onde crianças fazem sessões de terapia comportamental. Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo
O sonho de fazer a ONG crescer e ajudar mais pessoas foi freado pela falta de dinheiro. A AAPA não consegue pagar aluguel há seis meses e só não foi despejada porque o dono do imóvel é simpático ao projeto. Os terapeutas começaram a trabalhar como voluntários e Emanoele pegou um empréstimo para pagar as despesas.

— Sou mãe de um autista e sei que o tratamento não pode parar. Não quero fechar, mas precisamos de doações. Como não temos ajuda numa cidade cheia de empresas e indústrias? — questiona.

A secretaria informou que tem um convênio com a AAPA na modalidade Proteção Social Especial, cofinanciado pelo governo estadual. Segundo a prefeitura, os repasses ficaram irregulares com a crise financeira. Mesmo assim, a secretaria diz que depositou em julho o valor referente ao período de 6 de fevereiro a 5 de março por entender a importância do projeto.

Já o governo do estado alegou que Nova Iguaçu possuía saldo de R$ 600 mil no Fundo Municipal de Assistência Social não utilizados de 2014. Considerando os saldos reprogramados e a redução das metas na própria cidade, a Secretaria estadual de Assistência Social afirmou que os recursos estaduais serão repassados no segundo semestre.
Fonte: Marina Navarro Lins/Extra
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