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Baixada Fluminense tem quatro desaparecidos a cada dia.

Maria Cristina da Silva procura seu irmão, Luiz Henrique Lopes. Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo
Luiz Henrique Lopes da Silva, de 48 anos, foi visto pela última vez no dia 15 de maio, num bar em Jardim Gramacho, Caxias. Naquela mesma noite, Vagner Baptista da Silva, de 38, sumiu sem deixar pistas no Valverde, em Nova Iguaçu. Os casos retratam um cenário dramático vivido por centenas de famílias na Baixada: quatro pessoas desaparecem por dia, em média.

Segundo o Instituto de Segurança Pública, em abril foram feitos 132 registros de pessoas desaparecidas nas delegacias da região. O número quase não mudou em relação ao mesmo período do ano passado (134 casos).

— Luiz Henrique estava num momento difícil, ia se separar da mulher e se mudar para a casa da minha mãe. Estava tudo certo para a mudança, até que ele sumiu — conta Maria Cristina Lopes da Silva, de 54 anos, irmã do desaparecido: — Antes de sumir, ele deixou uma carta para se despedir. Já procuramos em todos os hospitais e necrotérios. Só ao IML de Caxias, fomos quatro vezes. Temos esperança de que a polícia ajude.
Monica Costa Machado sofre há um ano com o desaparecimento do filho,
Daniel Jorge. Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo
Os registros de desaparecimentos são feitos nas delegacias distritais e, em seguida, encaminhados à Divisão de Homicídios da Baixada (DH). Devido à demanda, a polícia adotou uma estratégia para definir as prioridades.

— Quando a denúncia chega à DH, os investigadores fazem contato com parentes para saber se há alguma pista, como brigas conjugais ou desavenças declaradas. Damos prioridade para casos que têm menos pistas e, aparentemente, menos motivo para sumir sem deixar vestígios — explica Fabio Cardoso, delegado titular da DH, ressaltando que, em muitos casos, os desaparecidos voltam para casa: — Às vezes, a pessoa teve um desentendimento na família, e ela passa dias longe e depois volta. Acontece muito. Mas nenhuma hipótese é descartada até a solução.

O cozinheiro Vagner sumiu numa sexta-feira, mas o registro do desaparecimento foi feito só na terça-feira seguinte.

O cozinheiro Vagner Batista foi visto pela última vez no dia 15 de maio. Foto: Reprodução
— Ele mora sozinho, mas nunca ficou sem dar notícias. Depois de passar o fim de semana todo sem aparecer, começamos a entrar em contato com parentes, amigos e o local onde ele trabalhava. Ninguém sabe o que aconteceu — diz Carlos Eduardo dos Santos, irmão do desaparecido, que criou uma campanha no Facebook para divulgar a foto dele.

Mônica Costa Machado, de 44 anos, já vive esse drama há um ano. Seu filho, Daniel Jorge, desapareceu em abril de 2014 e até agora não há nenhuma pista:

— Ele usava drogas. Eu o internei, mas ele fugiu e nunca mais o vi. É a pior dor que uma mãe pode sentir.

Polícias faz buscas por advogado
Policiais da DH fizeram buscas nesta terça-feira, mas não encontraram o advogado Fernando Félix Ferreira, morador do Vinte e Cinco de Agosto, em Caxias, que está desaparecido desde sábado. Na tarde desta terça-feira, parentes de Fernando estiveram na DH, onde um suspeito pelo desaparecimento foi ouvido pela polícia.

— Estamos trabalhando com diversas frentes de investigação, que incluem depoimentos de familiares e conhecidos do Fernando — limita-se a dizer o delegado Fabio Cardoso, acrescentando que não pode dar detalhes para não prejudicar a investigação.

O delegado ressalta que antes de fazer um registro de desaparecimento é fundamental tentar entrar em contato com a pessoa de todas as formas, para evitar um alerta falso.

— É importante ir nos locais onde a pessoa pode estar e falar com o máximo de amigos e parentes — diz Cardoso.

Quem tiver informações sobre o paradeiro de Fernando ou de qualquer outro desaparecido pode entrar em contato com o Disque Denúncia, no número 2253-1177.
Fonte: Pedro Zuazo/Extra
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