Ludmilla, a Miss Brau: festas na casa da Ilha do Governador são combinadas
via Whats App Foto: Luis Alvarenga Carol Marques e Michael Sá |
“Nete, frita um ovo para mim com gema mole? Quero o ovo e seu coração!”.
O pedido vem em alto e bom som da dona da casa. Desde que botou os pés no Jardim Guanabara, há seis meses, Ludmilla mudou a rotina do pacato bairro de classe média alta da Ilha do Governador.
Estar ali é ter a certeza de que se está no próprio lar. Tem aquela confusão típica de qualquer família. Grita para abrir o portão. Cata os cachorros para não fugirem. Chama alguém para pegar algo esquecido no segundo andar.
Ludmilla gosta de reunir os amigos para cantar e dançar como já fazia em Caxias Foto: Luis Alvarenga |
“Sou a própria Miss Brau! Gosto de festa, casa cheia. Isso aqui parecia um asilo, gente! E sabe que agora me pedem pra serem convidados?”, conta a funkeira: “Outro dia um vizinho até ajudou a resgatar meu cachorro. Passaram dois meninos, levaram meu Pincher. Todo mundo correu e conseguimos recuperar”.
As festas rolam à beira da piscina, Ludmilla dá a comida, mas convidados levam a bebida: “Aí a gente vê quem só quer ficar na aba” Foto: Luis Alvarenga / Agência O Globo |
“Isso aqui parecia um asilo!” Foto: Luis Alvarenga / Agência O Globo |
Sempre foi assim lá em casa e aqui continua”, observa a matriarca, que é responsável pela iguaria mais esperada dos churrascos à beira da piscina: “Se faltar minha macarronese o povo pira! Já faço uma quantidade boa e vou renovando para não estragar no dia. Faz um sucesso danado”.
O orgulho de Silvana foi passado para Ludmilla. Festa na casa dela não tem miserinha, não. Nem contratação de bufê. “Sai mais caro e acaba faltando. É melhor sobrar do que faltar”, ensina a cantora.
Se antes ela foi alvo dos olhares atravessados, agora é a estrela do bairro. “Acho legal ter uma vizinha famosa e festas de vez em quando para animar”, diz uma das moradoras: “Até a Sabrina Sato já esteve aqui. Muito chique”. Obviamente, Ludmila não agrada a todos. “Ela fala alto, né? E fala muito palavrão também, canta o dia inteiro. Até conheço uma música dela, aquela do É hoje, hoje, hoje...”, conta um outro vizinho, de 69 anos.
O Fervo da Ludmilla é o nome do grupo em que os eventos são planejados Foto: Luis Alvarenga / Agência O Globo |
As festas não seguem um protocolo
Existe um grupo no WhatsApp chamado Fervo da Ludmilla: “A comida a gente faz. A única coisa que pedimos é que tragam as bebidas. É assim que a gente vê quem está do nosso lado ou só na aba”.
Tudo mudou muito na vida de Ludmilla. A fama trouxe novas pessoas. Mas os amigos íntimos continuam sendo os da Baixada. “Tem gente que diz que eu saí de Caxias e Caxias não saiu de mim. Era para sair? Tenho orgulho e para quem fala de mim só digo uma coisa: aceita que dói menos”.
Fonte: Extra
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