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| Pressão social e pouca idade interferem de maneira negativa na escolha do futuro profissional dos estudantes. Foto: Arquivo / Colégio Santo Amaro |
Ainda é uma tarefa complicada escolher um curso superior e, consequentemente, o provável futuro profissional. A pouca idade dos alunos do último ano do ensino médio, a pressão exercida pela sociedade, as interferências dos mais próximos, as opções de cursos de cada cidade, são fatores que criam diversas dúvidas e dificultam essa escolha.
Sobre a questão, a psicopedagoga Ester Chapiro diz perceber que alguns alunos possuem interesse e aptidão por determinada profissão, entretanto a maioria não faz nenhuma ideia da carreira profissional que deseja exercer.
— A grande pressão da sociedade, somada à pouca idade e imaturidade dos estudantes que concluem o ensino médio são motivos de muitas dúvidas na escolha do curso superior — comenta.
De acordo com Ester, para minimizar a ansiedade e futuras frustrações, o aluno precisa levar em conta alguns elementos que podem ajudá-lo. Entre esses fatores, destaca:
- Autoconhecimento: é necessário conhecer e analisar suas habilidades, gostos e personalidade. Uma boa dica é começar descartando o que não gosta e não quer fazer de jeito nenhum.
- Perguntas a serem feitas: são várias as questões que o jovem deve considerar para uma escolha profissional bem sucedida. Será que a profissão escolhida é realmente a mais indicada para o meu perfil? A profissão que escolhi dará o retorno financeiro esperado? Trará satisfação e realização profissional? Quanto maior clareza nestas respostas maiores são as chances de sucesso na escolha profissional.
- Pesquisar: informar-se sobre a proposta dos cursos, grade curricular e se o curso e instituição escolhida são reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC). Fazer uma análise do mercado de trabalho, inclusive visitar e conhecer todas as possibilidades de como é praticada a profissão pretendida.
Família
Já Sônia Wolguemuth, psicóloga educacional do Colégio Santo Amaro (RJ), lembra da importância da família no processo de escolha. De acordo com a psicóloga educacional, esse apoio pode ser tanto positivo quanto negativo.
— Acredito que as famílias podem influenciar. Positivamente, se respeitarem o desejo e a inclinação para determinada área. Em geral, os estudantes são muito jovens e as dúvidas são frequentes. Vai ajudar se a família puder amenizar esse momento de tanta pressão e ansiedade. Negativamente, se influenciarem dizendo que deveria seguir tal carreira porque é a mesma do pai, avô, etc. Isso não quer dizer que a pessoa se realizará profissionalmente e pessoalmente.
Além disso, Sônia também ressalta a importância do contato constante com o curso pretendido e provável profissão a ser exercida.
— Acredito que visitas às universidades, conversa com coordenadores de cursos, palestras, estar em contato com profissionais da área de interesse são itens muito importantes para esclarecer dúvidas. Se puderem vivenciar um dia junto daquele profissional, melhor ainda.
Orientação vocacional
A orientação vocacional é outro processo que pode ajudar na escolha do futuro profissional. Para a psicóloga do trabalho Maíra A. Andrade Madeira, essa é uma maneira relevante de traçar o perfil profissional dos estudantes.
— Sou a favor do processo de orientação vocacional. Só os testes não são suficientes para traçar esse perfil. Já o processo de orientação envolve entrevistas, dinâmicas de grupos e testes psicológicos (testes de personalidade, de atenção concentrada, de raciocínios e de habilidades e interesses profissionais) onde mediante aos resultados podemos traçar, adequadamente, um perfil profissional. A partir daí podemos indicar carreiras em que o perfil profissional do aluno é mais adequado — explica.
Segundo a psicóloga, conversas com profissionais das áreas em dúvida também são bastante úteis. Para ela, essas conversas faz com que os estudantes conheçam as dificuldades reais da carreira. Já sobre os estágios, que geralmente ocorrem durante a graduação, atenta que essas atividades podem auxiliar os que já estão na faculdade a refletirem se é melhor repensar a escolha e tentar um novo curso.
Fonte: Bruno Tasso/Extra
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