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| Zagueiro Wallace corre atrás de William Barbio na final do Carioca de 2014. |
BAIXADA - Não havia dinheiro para o lanche. Quando o da passagem de ônibus começou a faltar, a solução foi ir de bicicleta para os treinos. De sua casa, em Belford Roxo, até a escolinha do Nova Iguaçu Futebol Clube, William Barbio pedalava cerca de 12 quilômetros. Era a medida do sonho. Um dos destaques do Santa Cruz, que disputa a série B do Campeonato Brasileiro, o jogador conta a sua história: apenas uma dentre tantas outras que têm nos Jogos da Baixada o seu primeiro capítulo. A 20ª edição do evento começa no sábado, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca. Pode ser o início de uma trajetória de sucesso para centenas de jovens que estão na disputa.
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| William Barbio se projetou no Vasco| Foto: André Luiz Mello |
“Foi o começo de tudo para mim. Nos Jogos da Baixada, tive a oportunidade de ganhar tarimba em campo, disputando contra jogadores que não fossem os colegas da minha rua nem o pessoal da escolinha”, lembra o atleta, que deve voltar ao Vasco no fim do ano, quando termina o empréstimo ao Santa Cruz.
Formando cidadãos
A rua em que Barbio deu os primeiros dribles chama-se Anchieta, e fica no bairro de Areia Branca. É lá que, na casa de número 1, a salgadeira Claudete Gomes Barbio acomoda-se no sofá e vibra com a TV sempre que o filho está em campo.
“É uma vitória. Só a gente sabe o quanto foi difícil. Teve uma época em que meu marido ficou desempregado, e eu tive que me desdobrar para manter o sustento da casa e continuar apostando no sonho do meu filho”, diz a mãe de William Barbio.
Como ele, outros jogadores que hoje estão em clubes profissionais também passaram pelos Jogos da Baixada. É o caso de Vinicius Tanque, do Botafogo; de Biro Biro, que está no futebol da China após passagens por Fluminense e Ponte Preta; e de Cidinho, que acendeu a pira olímpica dos Jogos da Baixada em 2014. Comum a todos eles, histórias de superação.
“A trajetória deles mostra que é possível chegar a um clube profissional. Mas sempre destaco que a principal função do esporte é formar cidadãos. Vejo os Jogos da Baixada como um grande apoio às famílias desses jovens”, destaca Luís Carlos Amâncio, o Cacau, técnico das equipes de futebol de campo e de futsal de Nova Iguaçu.
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| Aos 18, encarava o trajeto entre Berford Roxo e o CT de ônibus. William Barbio paga passagem no ônibus. (Foto: Eduardo Peixoto / Globoesporte.com) 1/2/2011. |
Visão parecida tem o ministro do Esporte, Leonardo Picciani: “O esporte é uma importante ferramenta de promoção de saúde, de educação e de inclusão social. Os Jogos da Baixada são exemplo de parceria entre o poder público e a iniciativa privada, possibilitando a integração e o desenvolvimento dos jovens por meio do esporte.”
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| João Pedro disputou a Rio-2016 e hoje está atuando na rança | Foto: Wander Roberto Photo&Grafia |
No sábado, a equipe de Cacau entra em quadra no primeiro dia de competições. No Parque Olímpico, os times de futsal e handebol das delegações da Baixada se enfrentam na primeira fase, dando início à 20ª edição dos Jogos da Baixada.
Da cidade de Chambéry, na França, onde faz parte do time de handebol local, João Pedro Francisco da Silva, de 23 anos, não esquece o bairro de Comendador Soares. Assim como Lucila Vianna, de 41 anos, outro destaque nacional do handebol, não deixa de citar Morro Agudo em suas entrevistas. Os dois atletas são de Nova Iguaçu e tiveram nos Jogos da Baixada a primeira oportunidade para disputar uma competição. Em pouco tempo, estavam representando o país na Olimpíada.
João Pedro, da seleção brasileira de handebol, participou dos Jogos Rio-2016. Já Lucila esteve em Sidney (2000), Atenas (2004) e em Pequim (2008).
Os Jogos da Baixada são organizados pelo DIA, contam com o apoio da Piraquê e apresentação do Sistema Fecomércio/Sesc.
Reportagem de Bernardo Costa/Editado: Rogerio Gomes
Fonte: O DIA/ G1
Arquivo: PUBLICADO EM 07 DE JUNHO DE 2017
Link: http://blogs.odia.ig.com.br/jogos-da-baixada/noticias/onde-tudo-comecou/
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