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Rachado, PT do Rio decide não ocupar cargos no governo Pezão. Em reunião realizada em dezembro, diretório aprovou uma postura 'independente e crítica' Presidente do PT do Rio, Washington Quaquá afirmou que partido não fará 'oposição raivosa' ao governo.

Em uma votação apertada — 32 a 28 —, o diretório do PT do Rio aprovou em dezembro de 2014 uma postura de “independência crítica” em relação ao governo de Luiz Fernando Pezão (PMDB).

Os delegados aprovaram o documento que proíbe qualquer filiado petista de ocupar cargos no governo Pezão, já que fará oposição à atual gestão.

Liderado pelo presidente do PT do Rio, Washington Quaquá, o grupo venceu o documento proposto pela turma do deputado estadual André Ceciliano, defensor de uma frente de “apoio com independência” à gestão peemedebista.

Apesar da decisão, Quaquá afirmou ao GLOBO que, a pedido do ex-presidente Lula, vai procurar Pezão para dialogar. E garante que o PT estadual, que elegeu seis deputados, a quarta maior bancada da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), não fará “oposição raivosa”:
— Nenhum filiado poderá ocupar cargos no governo Pezão. Somos oposição, mas não vamos fazer política agressiva. A pedido do presidente Lula, eu vou procurar o Pezão para ter diálogo. Já bebi cachaça na casa do Pezão, não nos importaremos em beber de novo. Mas queremos discutir política.


No início da reunião, que durou quase cinco horas, na qual mais de vinte delegados pediram a palavra para discursar, tudo se encaminhava para a aprovação de um documento único, onde constaria a posição de independência, mas com diálogo com o governo. Não entraria por escrito no documento, por exemplo, a proibição a petistas de ocuparem cargos no governo. O grupo mais alinhado à Pezão, porém, encabeçado pelo deputado Zaqueu Teixeira, não quis ceder e minou o acordo que estava sendo costurado.

— O partido saiu rachado. Todos reconhecem que o Pezão é uma figura importante, mas levamos em consideração que tivemos um candidato na última eleição. Não é fácil tomar uma decisão de apoiar um governo onde até ontem tínhamos candidato contra — disse Ceciliano, acrescentando que, para a Alerj, “não muda nada”.

Líder do PMDB na Alerj, o deputado Domingos Brazão criticou a decisão do diretório petista. Ele disse não acreditar que essa posição vá se concretizar:

— Não acredito que na prática isso vá se dar. A maioria dos deputados da Alerj hoje tem maturidade suficiente para saber que o caminho não é esse, e que PT e PMDB estão há muito tempo trabalhando juntos.

No PMDB, há quem acredite que os petistas estão querendo “se convidar” para o governo Pezão, para o qual, dizem, sequer foram chamados.

A determinação do PT fluminense abre caminho para uma posição independente do partido na disputa pela prefeitura em 2016. O partido já cogita, num futuro próximo, romper com o governo Eduardo Paes:

— Agora, é começar a discutir o rompimento do PT com o PMDB da capital. Há hoje um grupo grande de militantes traçando essa estratégia para termos candidatura própria em 2016. Por isso, não podemos estar tão alinhados a esses governos — explicou o vereador Reimont.

Sobre 2016, Quaquá é enfático:
— Está muito longe ainda, mas o PT não pode mais ter uma posição desqualificada no governo do Eduardo Paes. O PT não quer mais discutir cargo e boquinha, não se vende mais por cargos.
Fonte: POR LETICIA FERNANDES/O Globo
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