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Funk do bem: Bailes dos anos 80 e 90 invadem Belford Roxo.

A União das Galeras da Baixada mantém vivo o funk carioca das décadas de 80 e 90Sandro Vox/Agência O Dia
Eventos acontecem duas vezes por mês em vários bairros de Belford Roxo
Belford Roxo - O som do batidão está mais forte em Belford Roxo. Os bailes dos anos de 1980 e 1990 estão de volta com tudo e o velho funk está em alta na cidade com roteiro itinerante. O ritmo, popular na cidade, sempre reuniu adeptos.

Cada bairro fazia seu baile funk e ninguém podia frequentar o baile do outro bairro. Os eventos ficavam divididos e cada vez mais vazios. Foi aí que representantes de cada baile funk se juntaram pensando em fortalecer o movimento e unificar os eventos. “Ao invés de dividir o pessoal, vimos que era melhor unir todo mundo e fazer apenas um evento onde todos pudessem ir e curtir. Organizamos uma agenda para que não haja mais de um baile num mesmo dia. Além de lotar mais, a gente está deixando o movimento de funk mais forte na cidade”, explica Wildon Desidério, da QC de Santa Mélia.

Foi assim que surgiu a União de Galeras de Belford Roxo (UGBR), que reúne 18 grupos de 32 bairros da cidade. “Estamos tentando recuperar o que os bailes tinham de bom e quebrando barreiras de preconceito”, afirma o secretário de Cultura, Bruno Nunes. Os bailes da UGBR, que começaram este ano, acontecem duas vezes por mês, em bairros diferentes.

Os próximos eventos já tem data e local: dia 11, na Casa de Cultura, e dia 31, em Boa Esperança.
Um único lado
Lado A e Lado B dos famosos “corredores de brigas” ficaram de lado nos bailes da UGBR. “No início do funk havia as galeras “amigas” e “os alemão”. As galeras foram divididas nos bailes: de um lado, ficavam as do “Lado A” (quem “fechava” com algumas comunidades). Do outro, a galera do “Lado B”. No meio, o corredor ficava livre”, lembra Anderson Dias.

Atualmente, na União das Galeras de Belford Roxo, antigos inimigos agora estão no mesmo lado: o da paz. “Acabamos com a rivalidade. Tinha gente que nem podia pisar no bairro do outro e agora curti o baile junto. Aqui dentro tem gente que era do lado A e lado B, deixamos as brigas de lado para celebrar o funk e a paz. O baile funk não precisa ser violento”, afirma Moacyr Júnior, 34, o Papudo.

Mulheres marcam presença 
Mulheres também marcam presença nos bailes que acontecem em Belford Roxo Sandro Vox/Agência O Dia
E não são só os homens que curtem os bailes funks, em Belford Roxo. As mulheres são presença garantida nas ‘galeras’. “Funk é para todas as idades e para homem e mulher. Curto funk desde a minha adolescência e até hoje vou aonde ele estiver. Sou apaixonada pelo ritmo e vivo esta realidade. Não tem preconceito, somos bem-vindas”, diz Andréa Regina, 39.

Tem também aquelas que passaram a paixão para de mãe para filha, como uma forma de manter a tradição e o movimento vivos. “Eu sempre gostei de funk e ia para os bailes até mesmo grávida. Depois que a minha filha nasceu eu levava ela. Acho que ela foi se apaixonando também. Hoje em dia curtimos juntas. Estou neste meio há mais de vinte anos. Só quem faz parte sabe o que é. É quase um estilo de vida”, conta Simone dos Santos, 39.

A filha dela, Fernanda Alexandra, 18, aprendeu desde pequena a conviver neste ambiente. “Minha mãe ouvia funk e me levava pra curtir, ela teve influência, mas não me obrigou a nada, eu fui ouvindo e fui gostando. Não tem como resisti, eu adoro. E é muito bom poder me divertir com a minha mãe. ”, diz a jovem que faz parte da Galera de Shangrilá.
Fonte: ALINE CAVALCANTE/ ODIA
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