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Redução de assassinatos na Baixada tem relação com a Delegacia de Homicídios.

Segundo a DH, Felipe Lavina, empresário e professor
de Educação Física, foi morto a mando da namorada
Foto: Reprodução Internet
A taxa por 100 mil habitantes caiu de 42,5 mortes nos primeiros nove meses de 2014 para 31, no mesmo período de 2015
Com quase dois anos de atuação, a nova Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense já conseguiu reduzir os assassinatos na região. A taxa por 100 mil habitantes caiu de 42,5 mortes nos primeiros nove meses de 2014 para 31, no mesmo período de 2015. Os responsáveis pela especializada, no entanto, admitem que ainda há muito trabalho a fazer pela frente.

Em 2105, quatro em cada dez homicídios do estado foram na Baixada Fluminense. Os assassinatos já somam 1.129 casos na região. O número é quase a metade do total registrado em todo o estado — 3.095. A taxa de 31 mortes por 100 mil habitantes é o dobro dos 15,2 contabilizados no restante do Rio. Especialistas citam o aumento da violência de traficantes e a presença de grupos de extermínio para explicar os altos índices.

“Antes não havia estrutura na Baixada para a investigação dos homicídios, mas atualmente, apesar dos números altos, temos efetivamente como trabalhar”, ressaltou o delegado Fábio Cardoso, que deixou recentemente a especializada. “Enfrentamos o desafio de reduzir o índice de homicídios”.

Em setembro, o número recuou 11%. Passou de 132 para 117. “Os latrocínios (roubos seguidos de mortes) caíram de quatro para nenhum registro”, enumerou o delegado Giniton Lages, atual responsável pela Delegacia.

Segundo os delegados, investigações melhores e a prisão de homicidas tiram das ruas um tipo de criminoso que é reincidente, ou seja, mata mais de uma vez. Além disso, com mais prisões, outros casos são evitados, pois o assassino começa a temer ser descoberto.

A especializada foi reinaugurada em janeiro de 2014. A estrutura, antes precária, com três agentes e um delegado, foi aumentada para cerca de 200 policiais e dez delegados. Equipes de perícia de local, que contam com um delegado, 12 a 15 agentes de polícia, um perito criminal, um perito legista e um papiloscopista, nos moldes do que é feito na capital desde 2010, melhoraram as investigações.


De acordo com dados do Instituto Igarapé, em pesquisa de 2012, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes registrada atualmente na Baixada Fluminense supera a de países com histórico de violência. No México, a mesma taxa é de 22,2 assassinatos; e na África do Sul, 31. Na Colômbia, em meio à guerra do governo contra as Farc, a média chegou a 33,8.

“A atuação de grupos de extermínio, a chamada polícia mineira, não acabou na Baixada. Some-se a isso a migração de traficantes de outras regiões do Rio”, detalhou o sociólogo e ex-oficial do Bope Paulo Storani.

Nova Iguaçu e Belford Roxo lideram estatísticas
Dois crimes cometidos na Baixada assustaram o Brasil em 2015. Em 25 de outubro, o professor de educação física e empresário Felipe Lavina foi sequestrado e assassinado com três tiros em Mesquita. Em abril, a dançarina Amanda Bueno foi brutalmente morta pelo noivo Milton Ribeiro, em Nova Iguacu.

Felipe e Amanda retratam os tristes números da Baixada. Quatro delegacias da região registraram mais de 100 assassinatos nos primeiros nove meses deste ano. Na 58ª DP (Posse, Nova Iguaçu) foram 150 casos. A 54ª (Belford Roxo) contabilizou 130 mortes e a 56ª (Comendador Soares, Nova Iguaçu), 118. Na 64ª (Vilar dos Teles), foram 105 homicídios.
Outras três unidades registraram mais de 70 casos. Somadas as sete unidades, é como se quase três pessoas fossem mortas por dia este ano apenas nessas regiões.

Amanda Bueno, ex-dançarina da Jaula das Gostozudas,
foi assassinada brutalmente pelo seu companheiro Milton 
everiano VieiraFoto: Reprodução Facebook
Cabo Frio vive epidemia do crime, com 102 casos
Não é apenas a Baixada Fluminese que sofre com o elevado número de homicídios. A cidade de Cabo Frio, na paradisíaca Região dos Lagos, vive uma epidemia de assassinatos. De janeiro a setembro, foram 102 casos. De acordo com o comandante do 25º BPM (Cabo Frio), coronel Ruy Sérgio França, 80% dos casos estão relacionados ao tráfico de drogas.

“Não é empirismo, temos investigações, junto com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público, com interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, que nos mostram ordens de extermínio de desafetos, matança por cobrança de dívidas do tráfico e ordens para matar oriundas de dentro de presídios”, relatou o oficial.

Para França, a disputa por territórios entre as facções criminosas Comando Vermelho e Terceiro Comando é a principal causa da alta de homicídios na região.


Cabo Frio é um dos municípios do interior do estado que deverá receber um núcleo de investigação de assassinatos na delegacia local, a 126ª DP, segundo planos da Secretaria de Segurança.

Os números de Cabo Frio são elevados, porém ainda são bem menores do que os da Baixada e de outras regiões do estado, como a Grande Niterói — Niterói, Maricá, São Gonçalo e Itaboraí — que registrou 284 assassinatos de janeiro a setembro em 2015.

Números:
42,5 assassinatos por 100 mil habitantes foram registrados na Baixada entre janeiro e setembro de 2014, o que colocou a região como uma das mais violentas do país
NÚMEROS
31 homicídios por 100 mil habitantes foram registrados na Baixada nos nove primeiros meses de 2015. A taxa é inferior à do ano passado, porém ainda mais alta do que a de países como a Colômbia.
130 mortes intencionais foram registradas de janeiro a setembro de 2015 só na delegacia de Belford Roxo, uma das principais cidades da Baixada Fluminense.
Fonte: FLAVIO ARAÚJO/O DIA
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